RUGBY - Proposta para a Educação Física Escolar
aulas de 1 a 8 - Parte inicial.
HISTÓRIA
Reza a lenda que este
desporto surgiu de uma jogada irregular do futebol, onde um jogador pegou a
bola com a mão e correu até a linha de fundo adversária. Porém se sabe que
várias formas de jogos com bola acompanham a humanidade a muitos anos, se
tornando atualmente os esportes mais praticados e apreciados no mundo. Na
Europa principalmente por volta do século XIX tanto o rugby quanto
o futebol tiveram caminhos paralelos sendo eles herança de uma mesma forma de
futebol.
BOLA
A bola de rugby é de
formato oval, de couro ou de material sintético apropriado. Ela pode ser
tratada de modo a torná-la resistente à água e facilitar a aderência. Seu
comprimento varia de 28,0 cm a 30,0 cm, com uma circunferência total
de 74,0 cm a 77,0 cm, e de seção transversal de 58,0 cm à
62,0 cm, sua pressão deve estar entre 65,71 e 68,75 kPa, tendo assim,
entre 410 à 460 gramas. Bolas menores podem ser utilizadas para jogadores mais
novos
Na escola o professor pode é claro optar por
materiais alternativos, além é claro de confeccionar uma bola de formato
parecido, pode também usar uma bola de futsal, vôlei ou futebol de campo como
material opcional.
O CAMPO
O campo tradicional é parecido com o campo do
nosso futebol de campo, ou seja, é um campo de formato retangular, tem
comprimento máximo de 144 metros e largura máxima de 70 metros. É dividido pela
linha do meio de campo que separa os dois lados. Também é dividido em 2 regiões
de touch in goal entre 10 e 22 metros de comprimento. A
superfície deve ser de grama, mas também pode ser areia, barro ou grama
artificial. Apesar de ser aqui demonstrado em um ginásio de taco, isto não é
muito aconselhável, assim como não se deve usar uma superfície rígida, como
concreto ou asfalto pelo seu grau de periculosidade.
No ginásio de esportes o qual
foi usado para as aulas que aqui descrevo, o espaço era bem menor, desta forma
abordamos a modalidade de forma que os alunos pudessem fazer algumas aulas
práticas tentando aplicar as regras fundamentais da modalidade.
AULA 1
Na aula anterior a primeira aula pedi para
que os alunos trouxessem um trabalho referente a modalidade e lessem a respeito
para que juntos conhecêssemos a modalidade. Ao iniciarmos a abordagem do
conteúdo os alunos foram questionados com algumas questões como: De onde
surgiu? Como Surgiu? Como se joga? Quem ganha? Entre outras perguntas.
Sendo assim antes de iniciarmos a prática
ainda na primeira aula abordamos a modalidade teoricamente tratando a respeito
da apresentação do conteúdo, sua história, medidas do campo, apresentação da
bola, algumas curiosidades e regras.
Leitura sugerida:
Vídeo sugerido:
Sendo assim a primeira aula teve como
objetivo apresentara modalidade e realizar um diagnóstico inicial de forma que
pudesse realizar uma anamnese sobre as possibilidades reais de se abordar o
conteúdo junto aos educandos.
AULA 2, 3 E 4
Nestas aulas partimos para a parte prática de
experimentação, onde as atividades se restringiram ao trabalho de passe da
bola, onde os alunos fizeram exercícios tendo seu primeiro real contato prático
com a modalidade.
Primeiramente foram divididos em grupos cada qual
com sua bola puderam livremente vivenciar o contato com a bola, alguns já
haviam tido alguma experiência com bolas de futebol americano mas nem um entre
200 alunos aproximadamente comentou conhecer uma bola de rugby;
Logo após foram propostas atividades de
passe curto e passe longo, ambos para frente;
Obs. Apesar de no jogo de rugby só ser permitido passes
para o lado e para trás, aqui foi possibilitado vivencias motoras diferenciadas
buscando-se a solução de questões como estas durante as atividades.
Posteriormente foram trabalhados
passes para os lados e para trás.
Na terceira atividade eram propostas mais dinâmicas com
passes curtos e longos intercalando-os e alternando com deslocamento em trote;
Obs: Conforme os alunos foram aprimorando um pouco a parte técnica os
movimentos começaram a ficar cada vez mais dinâmicos e rápidos, alternando com
atividades que exigiam mais resistência, velocidade, força no arremesso e
agilidade.
AULA 5, 6, 7 E 8
Nas aulas seguintes buscou-se abordar o jogo
efetivamente, onde em sala de aula ainda estabelecemos algumas regras a serem
seguidas durante sua prática e é importante ressaltar aqui a importância do
respeito mútuo entre os colegas, respeito as regras e principalmente ao
professor que neste caso desenvolvia o papel de árbitro.
As regras aqui descritas foram sendo anexadas
a aula gradualmente fazendo com que o grau de dificuldade do jogo fosse
aumentando com o passar do tempo, enquanto alguns alunos jogavam sob minha
supervisão outros treinavam as habilidades técnicas da modalidade.
Estabelecemos regras simples como:
Primeira e principal regra, a bola só pode
ser passada para trás, se em algum momento a bola for passada para a frente é
dado como um impedimento, dando-se posse de bola a equipe adversária;
Obs: Esta regra é bem interessante já que nos jogos coletivos os quais
mais praticamos a bola pode ser passada de diversas formas, sendo assim os
alunos enfrentaram um pouco de dificuldade no início quanto a adaptação a esta
regra.
- Número
de jogadores para cada lado;
Neste caso estipulou-se de seis a nove
jogadores de cada lado pela limitação do espaço físico.
No jogo oficial o atleta deve passar correndo
com a bola até depois da linha de fundo do adversário e colocar a bola no chão
com as duas mãos, o que conta 5(cinco) pontos para sua equipe, ao marcar esta
pontuação a equipe realiza o TRY onde o jogador deve chutar a bola fazendo com
que esta passe por dentro do grande "H" que é a "trave" do
rugby somando assim mais dois pontos;
No jogo oficial de rugby o que pode se esclarecer
na leitura sugerida anteriormente, se pode marcar pontos de outras formas mas
as duas regras as quais aderimos quanto a pontuação foram:
·
Ensaio ou Try (5 pontos) - É marcado quando um jogador
consegue apoiar a bola com uma das mãos no chão (toque-no-solo) dentro da
"área de validação" adversária, que corresponde à área após a linha
dos postes.
·
Conversão (2 pontos) - Sempre após o try, a equipe marcadora
tem a possibilidade de chutar em direção aos postes do ponto paralelo dentro do
campo de jogo àquele em que a bola foi apoiada na "área de
validação", tentando fazer com que a bola passe por cima da trave e entre
os postes da equipe adversária.
Quando o jogo ficava muito acirrado,
acontecendo de dois ou mais atletas pegarem a bola ao mesmo tempo, ou quando se
cometia algum tipo de ato que colocasse em perigo a integridade física do
adversário a bola parava através de um apito longo, sendo posta no chão e dado
início novamente.
- Saída
de bola parada durante o jogo;
- Saída
de bola;
A bola na hora da saída devia ser passada para trás mas a disputa era
entre os dois times;
Não existia arremesso lateral, e cada vez que a bola saia de jogo, a
bola voltava ao meio da quadra;
- É
permitido ao jogador "glinchar"o adversário ou seja segurá-lo,
abraça-lo do peitoral para baixo, evitamos assim o contato com as pernas
devido a periculosidade de contusão, mas era permitido que pegassem da
linha da cintura até abaixo dos braços.
ARBITRAGEM DO JOGO E O PAPEL DO PROFESSOR
Apesar de parecer ser um esporte violento,
existe muito o respeito entre os jogadores e aos juízes ou árbitros como
queiram chamar, neste caso os alunos tiveram é claro contato físico mas nada
que prejudicasse corporalmente os participantes.
No jogo oficial o único jogador que se
direciona ao árbitro é o capitão do time o qual fala pela equipe.
Cabe ao professor achar formas de despertar o interesse dos
participantes e formas criativas de realizar as atividades anteriormente
propostas.
Em um último momento o professor aborda as
formas de se recuperar a posse de bola, esta proposta cabe após a aula de
número 8, onde busca-se uma abordagem mais técnica da modalidade sugerida
somente para alunos com capacidade física para realização de tais atividades:
RUCK
Quando um jogador é
tacleado ele solta a bola e é formado um "ruck", podendo mais
jogadores também serem adicionados. Eles se empurram para tentar fazer a bola
ficar do lado do time. Os jogadores dentro do "ruck" não podem usar
as mãos para empurrar a bola.
O ruck é
a forma mais comum de se tentar roubar a posse de bola. Quanto mais jogadores o
time usar no ruck mais forte ele ficará e maiores serão as
chances do time roubar a posse de bola. Em compensação, o time terá menos
opções de jogadores livres para passar a bola ou para defender.
MAUL
O maul acontece quando três
jogadores, sendo um que tem a posse da bola e mais dois, um de cada time, estão
em contato.
O que difere o ruck do maul é
que a bola não se encontra no chão, e sim na mão do jogador. A linha de impedimento
também é formada no último pé, do último homem da formação e os jogadores só
podem entrar no maul por trás desse último jogador, sendo a
entrada pelo lado penalizada.
Os jogadores devem
manter os ombros e cabeça acima da linha da cintura, e o time que não tem a
posse da bola não pode derrubar o maul intencionalmente(regras
antigas, pois segundo as novas regras definidas pela IRB já é possível derrubar
ajudando assim a equipe que defende) . Também não é permitido tirar os
jogadores do maul, a não ser que esse seja do time adversário e
esteja do lado errado do maul.
SCRUM
O scrum ou
"formação ordenada" (ou ainda "peleja") é uma situação
frequente no rugby. Geralmente, é usado após uma jogada irregular
ou em alguma penalização. Os 8 Avançados das duas equipes formam uns contra os
outros. O scrum-half (médio-formação) da equipe que não
cometeu a infração insere a bola no meio do "túnel" formado pelas
duas primeiras linhas de cada equipe com a finalidade de que os jogadores da
sua equipe consigam ganhar (talonar) a bola. As novas regras dizem que qualquer
jogador que não faça parte da formação ordenada (composta por avançados e
formação) tem que se encontrar a 10 metros da mesma.
Todas as outras regras e formas mais técnicas de se
jogar devem ser abordadas de forma gradual e respeitando os limites de cada
idade possibilitando assim uma aprendizagem prazerosa e dinâmica, buscando
fazer com que os participantes tenham vivencias boas e posteriormente estejam
dispostos para conhecer novas possibilidades de se exercitar.
FONTE: