terça-feira, 13 de agosto de 2013

CAPOEIRA PALMARES EMEB DOM DANIEL HOSTIM - LAGES SC

CAPOEIRA

“Capoeira angola, mandinga de escravo em ânsia da liberdade. Seu princípio não tem método e o seu fim é inconcebível ao mais sábio capoeirista. Capoeira é amorosa, não é perversa. Ela é um hábito cortês que criamos dentro de nós, uma coisa vagabunda.”
Mestre Pastinha - Vicente Ferreira Pastinha, o maior representante da capoeira angola.
       Tenho o prazer de ser um dos milhares de preservacionistas da maior riqueza de um povo, a cultura. No Brasil apesar de por muito tempo ela ter sido e ainda ser desvalorizada não só pelos governantes mas pelo seu próprio povo ela é hoje resgatada e cultivada de várias formas. São muitas as pessoas que assim como eu busca resgatar, difundir e preservar a capoeira como um verdadeiro patrimônio, como algo sem dono que deve ser passado de geração em geração. E foi nesse intuito que surgiu o trabalho a ser desenvolvido no EMEB - Dom Daniel Hostim colégio localizado no bairro Dom Daniel em Lages. Apesar de ser uma cidade fria e os treinos se darem a céu aberto não é isso que priva as pessoas de terem este acesso na cultura.


       De forma voluntária iniciei as atividades no mês de junho de 2013 a capoeira possibilita a esta comunidade momentos de descontração e lazer em busca do resgate cultural relacionado a cultura afro brasileira e principalmente no que diz respeito a capoeira. 

 
 
       A capoeira vem a preencher momentos de ociosidade em busca da melhora da qualidade de vida através da prática diferenciada de atividade física. a capoeira é uma atividade cultural relacionada as lutas, a dança e ao jogo e pode ser praticada por crianças, jovens, adultos e idosos resguardada pelas possibilidades de cada indivíduo. Desenvolve todas as capacidades físicas sejam elas a velocidade, resistência, agilidade, flexibilidade e a força.      

       As atividades propostas contam com treinos práticos com partes teóricas, onde na parte prática se proporcionam treinos de esquivas, golpes, contra golpes e acrobacias através de treinos individuais e dois a dois, a parte teórica do treino geralmente no final, busca-se dialogar a respeito da história do Brasil, da escravidão, da capoeira, sobre os grandes mestres e outros nomes relacionados a capoeira. Ainda durante os treinos busca-se conscientizar os participantes da importância de se ter uma vida saudável evitando hábitos prejudiciais a saúde. O trabalho no Dom Daniel conta atualmente com aproximadamente 20 integrantes no grupo os quais frequentam os treinos periodicamente com entusiasmo, força e dedicação. 


O vídeo das primeiras aulas pode ser visualizado no Youtube pelo endereço:



sábado, 10 de agosto de 2013

RUGBY - PROPOSTA ESCOLAR

RUGBY - Proposta para a Educação Física Escolar aulas de 1 a 8 - Parte inicial.

HISTÓRIA

        Reza a lenda que este desporto surgiu de uma jogada irregular do futebol, onde um jogador pegou a bola com a mão e correu até a linha de fundo adversária. Porém se sabe que várias formas de jogos com bola acompanham a humanidade a muitos anos, se tornando atualmente os esportes mais praticados e apreciados no mundo. Na Europa principalmente por volta do século XIX tanto o rugby quanto o futebol tiveram caminhos paralelos sendo eles herança de uma mesma forma de futebol.  

BOLA

         A bola de rugby é de formato oval, de couro ou de material sintético apropriado. Ela pode ser tratada de modo a torná-la resistente à água e facilitar a aderência. Seu comprimento varia de 28,0 cm a 30,0 cm, com uma circunferência total de 74,0 cm a 77,0 cm, e de seção transversal de 58,0 cm à 62,0 cm, sua pressão deve estar entre 65,71 e 68,75 kPa, tendo assim, entre 410 à 460 gramas. Bolas menores podem ser utilizadas para jogadores mais novos
        Na escola o professor pode é claro optar por materiais alternativos, além é claro de confeccionar uma bola de formato parecido, pode também usar uma bola de futsal, vôlei ou futebol de campo como material opcional.



O CAMPO

       O campo tradicional é parecido com o campo do nosso futebol de campo, ou seja, é um campo de formato retangular, tem comprimento máximo de 144 metros e largura máxima de 70 metros. É dividido pela linha do meio de campo que separa os dois lados. Também é dividido em 2 regiões de touch in goal entre 10 e 22 metros de comprimento. A superfície deve ser de grama, mas também pode ser areia, barro ou grama artificial. Apesar de ser aqui demonstrado em um ginásio de taco, isto não é muito aconselhável, assim como não se deve usar uma superfície rígida, como concreto ou asfalto pelo seu grau de periculosidade.

            No ginásio de esportes o qual foi usado para as aulas que aqui descrevo, o espaço era bem menor, desta forma abordamos a modalidade de forma que os alunos pudessem fazer algumas aulas práticas tentando aplicar as regras fundamentais da modalidade.

AULA 1

        Na aula anterior a primeira aula pedi para que os alunos trouxessem um trabalho referente a modalidade e lessem a respeito para que juntos conhecêssemos a modalidade. Ao iniciarmos a abordagem do conteúdo os alunos foram questionados com algumas questões como: De onde surgiu? Como Surgiu? Como se joga? Quem ganha? Entre outras perguntas.
       Sendo assim antes de iniciarmos a prática ainda na primeira aula abordamos a modalidade teoricamente tratando a respeito da apresentação do conteúdo, sua história, medidas do campo, apresentação da bola, algumas curiosidades e regras.

Leitura sugerida: 

Vídeo sugerido:

       Sendo assim a primeira aula teve como objetivo apresentara modalidade e realizar um diagnóstico inicial de forma que pudesse realizar uma anamnese sobre as possibilidades reais de se abordar o conteúdo junto aos educandos.

AULA 2, 3 E 4

     Nestas aulas partimos para a parte prática de experimentação, onde as atividades se restringiram ao trabalho de passe da bola, onde os alunos fizeram exercícios tendo seu primeiro real contato prático com a modalidade.
     Primeiramente foram divididos em grupos cada qual com sua bola puderam livremente vivenciar o contato com a bola, alguns já haviam tido alguma experiência com bolas de futebol americano mas nem um entre 200 alunos aproximadamente comentou conhecer uma bola de rugby;
        Logo após foram propostas atividades de passe curto e  passe longo, ambos para frente;
Obs. Apesar de no jogo de rugby só ser permitido passes para o lado e para trás, aqui foi possibilitado vivencias motoras diferenciadas buscando-se  a solução de questões como estas durante as atividades.
         Posteriormente foram trabalhados passes para os lados e para trás.
    Na terceira atividade eram propostas mais dinâmicas com passes curtos e longos intercalando-os e alternando com deslocamento em trote;
Obs: Conforme os alunos foram aprimorando um pouco a parte técnica os movimentos começaram a ficar cada vez mais dinâmicos e rápidos, alternando com atividades que exigiam mais resistência, velocidade, força no arremesso e agilidade. 






AULA 5, 6, 7 E 8 

       Nas aulas seguintes buscou-se abordar o jogo efetivamente, onde em sala de aula ainda estabelecemos algumas regras a serem seguidas durante sua prática e é importante ressaltar aqui a importância do respeito mútuo entre os colegas, respeito as regras e principalmente ao professor que neste caso desenvolvia o papel de árbitro.
       As regras aqui descritas foram sendo anexadas a aula gradualmente fazendo com que o grau de dificuldade do jogo fosse aumentando com o passar do tempo, enquanto alguns alunos jogavam sob minha supervisão outros treinavam as habilidades técnicas da modalidade.

Estabelecemos regras simples como:

       Primeira e principal regra, a bola só pode ser passada para trás, se em algum momento a bola for passada para a frente é dado como um impedimento, dando-se posse de bola a equipe adversária; 
Obs: Esta regra é bem interessante já que nos jogos coletivos os quais mais praticamos a bola pode ser passada de diversas formas, sendo assim os alunos enfrentaram um pouco de dificuldade no início quanto a adaptação a esta regra.    
  • Número de jogadores para cada lado;
       Neste caso estipulou-se de seis a nove jogadores de cada lado pela limitação do espaço físico.


  • Forma de pontuação;
       No jogo oficial o atleta deve passar correndo com a bola até depois da linha de fundo do adversário e colocar a bola no chão com as duas mãos, o que conta 5(cinco) pontos para sua equipe, ao marcar esta pontuação a equipe realiza o TRY onde o jogador deve chutar a bola fazendo com que esta passe por dentro do grande "H" que é a "trave" do rugby somando assim mais dois pontos;
      No jogo oficial de rugby o que pode se esclarecer na leitura sugerida anteriormente, se pode marcar pontos de outras formas mas as duas regras as quais aderimos quanto a pontuação foram:

·         Ensaio ou Try (5 pontos) - É marcado quando um jogador consegue apoiar a bola com uma das mãos no chão (toque-no-solo) dentro da "área de validação" adversária, que corresponde à área após a linha dos postes.
·         Conversão (2 pontos) - Sempre após o try, a equipe marcadora tem a possibilidade de chutar em direção aos postes do ponto paralelo dentro do campo de jogo àquele em que a bola foi apoiada na "área de validação", tentando fazer com que a bola passe por cima da trave e entre os postes da equipe adversária.
  • Hora de parar o jogo;
       Quando o jogo ficava muito acirrado, acontecendo de dois ou mais atletas pegarem a bola ao mesmo tempo, ou quando se cometia algum tipo de ato que colocasse em perigo a integridade física do adversário a bola parava através de um apito longo, sendo posta no chão e dado início novamente.


  • Saída de bola parada durante o jogo;
  • Saída de bola;
A bola na hora da saída devia ser passada para trás mas a disputa era entre os dois times;
  • Arremesso lateral;
Não existia arremesso lateral, e cada vez que a bola saia de jogo, a bola voltava ao meio da quadra; 
  • É permitido ao jogador "glinchar"o adversário ou seja segurá-lo, abraça-lo do peitoral para baixo, evitamos assim o contato com as pernas devido a periculosidade de contusão, mas era permitido que pegassem da linha da cintura até abaixo dos braços.  



ARBITRAGEM DO JOGO E O PAPEL DO PROFESSOR

       Apesar de parecer ser um esporte violento, existe muito o respeito entre os jogadores e aos juízes ou árbitros como queiram chamar, neste caso os alunos tiveram é claro contato físico mas nada que prejudicasse corporalmente os participantes.
        No jogo oficial o único jogador que se direciona ao árbitro é o capitão do time o qual fala pela equipe.
Cabe ao professor achar formas de despertar o interesse dos participantes e formas criativas de realizar as atividades anteriormente propostas. 



       Em um último momento o professor aborda as formas de se recuperar a posse de bola, esta proposta cabe após a aula de número 8, onde busca-se uma abordagem mais técnica da modalidade sugerida somente para alunos com capacidade física para realização de tais atividades:

RUCK
Quando um jogador é tacleado ele solta a bola e é formado um "ruck", podendo mais jogadores também serem adicionados. Eles se empurram para tentar fazer a bola ficar do lado do time. Os jogadores dentro do "ruck" não podem usar as mãos para empurrar a bola.
ruck é a forma mais comum de se tentar roubar a posse de bola. Quanto mais jogadores o time usar no ruck mais forte ele ficará e maiores serão as chances do time roubar a posse de bola. Em compensação, o time terá menos opções de jogadores livres para passar a bola ou para defender.
MAUL
maul acontece quando três jogadores, sendo um que tem a posse da bola e mais dois, um de cada time, estão em contato.
O que difere o ruck do maul é que a bola não se encontra no chão, e sim na mão do jogador. A linha de impedimento também é formada no último pé, do último homem da formação e os jogadores só podem entrar no maul por trás desse último jogador, sendo a entrada pelo lado penalizada.
Os jogadores devem manter os ombros e cabeça acima da linha da cintura, e o time que não tem a posse da bola não pode derrubar o maul intencionalmente(regras antigas, pois segundo as novas regras definidas pela IRB já é possível derrubar ajudando assim a equipe que defende) . Também não é permitido tirar os jogadores do maul, a não ser que esse seja do time adversário e esteja do lado errado do maul.
SCRUM
scrum ou "formação ordenada" (ou ainda "peleja") é uma situação frequente no rugby. Geralmente, é usado após uma jogada irregular ou em alguma penalização. Os 8 Avançados das duas equipes formam uns contra os outros. O scrum-half (médio-formação) da equipe que não cometeu a infração insere a bola no meio do "túnel" formado pelas duas primeiras linhas de cada equipe com a finalidade de que os jogadores da sua equipe consigam ganhar (talonar) a bola. As novas regras dizem que qualquer jogador que não faça parte da formação ordenada (composta por avançados e formação) tem que se encontrar a 10 metros da mesma.

     Todas as outras regras e formas mais técnicas de se jogar devem ser abordadas de forma gradual e respeitando os limites de cada idade possibilitando assim uma aprendizagem prazerosa e dinâmica, buscando fazer com que os participantes tenham vivencias boas e posteriormente estejam dispostos para conhecer novas possibilidades de se exercitar.  

FONTE: